No exemplo
assim, não há solução inteira s tal que s divide k
de fato não há dúvida expressa, mas isso não se manifesta no tempo verbal de "dividir", mas sim no de "haver": "não há" ao invés de, e.g., "não haveria".
Na verdade, eu diria que o exemplo também estaria correto com o conjuntivo, apesar de não me 'soar bem' e de não ser usual em textos matemáticos:
assim, não há solução inteira s tal que s divida k
Não é difícil achar sentenças do tipo com o conjuntivo, como:
a) Encontre o número b tal que a reta y=b divida a região delimitada pelas curvas [...]
b) Dê exemplo de uma função f que seja descontínua, mas tal que |f| seja contínua.
Contudo, o indicativo é mais comum (e me parece uma opção superior no exemplo (a) acima — note-se ser uma tradução). Suspeito que uma razão importante para o uso preferencial do indicativo é essa ser a leitura natural de expressões matemáticas, no sentido de que "a=b" lê-se quase automaticamente "a [é] igual a b", independentemente do tempo verbal que, por extenso (e talvez noutro contexto) a frase pedisse.
Além disso, pode-se considerar que há frases implícitas nessas construções, por exemplo:
- assim, não há solução inteira s tal que s divide k
= assim, não há solução inteira s tal que [a condição] s divide k [é satisfeita]
- encontre uma solução inteira s tal que s divida k
- encontre uma solução inteira s tal que s divide k
= encontre uma solução inteira s tal que [a condição] s divide k [é/seja satisfeita]
Re: "Sinto que ainda não sei usar o subjuntivo.", penso que explicar todos os usos do subjuntivo sairia do escopo desse site de perguntas e respostas, mas, se é o "que" que te leva a pensar que a frase pediria o subjuntivo, de forma alguma esse é sempre o caso. Um bom exemplo disso, da Infopédia, é
Nas línguas que o possuem, o conjuntivo estabelece, por oposição com o indicativo, valores semânticos muito marcados, que distinguem frases como as que se seguem:
i) Procuro um livro que fale do 25 de abril. (Conjuntivo)
ii) Procuro o livro que fala do 25 de abril. (Indicativo)
Pelo contraste entre as frases i e ii, pode constatar-se que o conjuntivo cria um significado não específico e indeterminado do pronome relativo, reforçado pelo artigo indefinido, enquanto que o indicativo, pelo contrário, apresenta uma referência nominal específica e determinada, a par do uso confirmativo do artigo definido.
Note exatamente o mesmo argumento se aplica ao exemplo (b) acima ("uma função [...] que seja").
Outras fontes genéricas para o subjuntivo incluem: