Variádica já é aceite pelo menos nalguns círculos em universidades brasileiras. Encontrei o termo numa dissertação de mestrado e quatro de bacharelato (que ao que descobri equivale à licenciatura de Portugal) — todas aprovadas por bancas examinadoras — e também em três livros, todos traduções do inglês. Indico as referências abaixo. Este (Flanagan, 2013, p. 168) dá mais dois nomes alternativos:
Funções come essa, que podem aceitar qualquer número de argumentos, são chamadas de funções variádicas, funções de aridade variável ou funções varags.
Encontra-se já também variádica em espanhol (papers no Google Scholar), variadica em italiano (Wikipedia italiana) e variadique em francês (Wiktionnaire), o que dá credibilidade a variádica.
O Wiktionnaire observa que variadique foi formada segundo o modelo de dyadique, monadique, etc. Também variádica pode ser concebido como formado segundo o modelo de (ligações ao Priberam) diádico, relativo à díade, ’grupo de dois’, triádico, relativo a tríade, ’grupo de três’, etc. Com a diferença que nestes termos há o sufixo -ico, consagrado para formação de adjetivos em português (tal como -ique em francês, aliás), enquanto em variádico temos vari(ável) + -ádico, à semelhança de variadic (Wiktionary), que explica que -adic foi formado regressivamente de monadic. Podemos inventar um varíada ’conjunto de número variável de elementos’, e fica a família completa :)
Referências
Livros
Alan Donovan, Brian Kernigham, traduzido por Lúcia Kinoshita, A Linguagem de Programação Go, São Paulo, 2017.
Caleb Doxsey, traduzido por Lúcia Kinoshita, Introdução à linguagem Go, São Paulo, 2016.
David Flanagan, traduzido por João Eduardo Nóbrega Tortello, Java Script, o guia definitivo, 6ª edição, São Paulo, 2013.
Dissertações
João Guilherme Fritsche Colombo, Máquinas de Turing não determinísticas com combinadora para a computação de funções, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2019.
Igor Silva e Rogério Silva, , “Linguagem de programação phyton”, Revista Tecnologias em Projeção, v. 10, nº 1, 2019.
Antonio França da Guia, O uso do AutoHotkey como Ferramenta de Automação em Ambiente Windows, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2015.
Augusto Henrique Vieira Dias, Implementação para teste baseado em propriedade para linguagem Rust, Universidade Federal de Ouro Preto, 2019.
Wilton de Melo Gonçalves Barbosa, Elementos para a justificação de uma teoria contextualista da linguagem, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2013.