Tanto na língua informal como na formal usada em Portugal, não mais percebe-se o uso do futuro do pretérito, que, em inglês, teria seu similar no tempo passado de will: would.
Um exemplo recente que vi na TV portuguesa: um jornalista, de modo a evitar empregar o futuro do pretérito, fez a seguinte construção:
"Matou a esposa em Santarém. Terá sido por ciúmes." O que achei insólito.
Creio que isso dificulte o aprendizado do idioma por aqueles que falam a língua inglesa, que, por usarem cotidianamente o would, entendem de imediato o sentido desse tempo quando ensinados. Já o 'terá sido' não possui tradução possível no inglês sem passar pelo equivalente deles ao nosso futuro do pretérito: would.
Ou seja, sem o futuro do pretérito essa tarefa fica muito mais difícil para eles:
"Gostava de viajar" -- já nao gosta mais, pois hoje está velho e cansado. "Gostava de viajar" -- mal pode esperar para as próximas férias.
Como um português consegue ser entendido por outro no caso acima? Ignora-se sempre o primeiro caso? O pretérito imperfeito sempre será interpretado como sendo um tempo futuro?