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IN ENGLISH - I had never heard it before but heard it twice during the past few months. I wasn't paying attention but the somewhat sarcastic tone caught me. As it was mentioned at the end of an interview, I can't say anything about context. I thought of a few situations where someone might say it but wondered whether it was specific for only one. Therefore, my question is: in what context does this saying fit? Have you ever heard it?

IN PORTUGUESE Eu nunca tinha ouvido antes mas, por duas vezes nos últimos meses, eu ouvi esse ditado. Confesso que não prestei atenção ao contexto e, em uma das vezes, a frase foi dita no final de uma entrevista com uma intonação possivelmente sarcástica

  • "É, algumas pessoas choram. E outras pessoas vendem lenços".

Pensei em algumas situações onde seria possível usá-lo, mas acredito que exista um contexto específico para tal. Em que situação costumamos usar esse ditado? Tu já ouviste alguma vez?

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    Eu não conhecia intonação.
    – Jorge B.
    Commented Nov 16, 2015 at 9:38
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    I am familiar with that expression, I live in São Paulo - Brazil. Jacinto's answer is appropriate. Commented Nov 16, 2015 at 13:20

2 Answers 2

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Foi a primeira vez que encontrei esta expressão. A primeira coisa que me ocorreu, tal como ao Artefacto, foi que uns sofrem, e outros conseguem beneficiar com isso. Possivelmente de forma perfeitamente lícita: afinal não há nada de errado em vender lenços. Veio-me à ideia uma agência funerária.

Depois de uma vista de olhos pela net, cheguei a outra conclusão. O melhor uso da expressão é para descrever duas atitudes opostas perante uma adversidade: uns lamentam-se e baixam os braços; outros arregaçam as mangas e tentam encontrar no meio da adversidade oportunidades para singrar e dar a volta por cima, possivelmente beneficiando da passividade dos primeiros. Nesta interpretação, os que choram são essencialmente vítimas da sua própria passividade. O melhor exemplo que encontrei foi este artigo sobre a crise num setor industrial numa cidade no interior de São Paulo, os que choram e os que vendem lenços:

"Crise para os outros. A verdade é que nós estamos sabendo da globalização e do aumento da competitividade há quanto tempo? Por isso viemos nos preparando. Já há alguns anos fazemos programas de qualidade e produtividade e nos preparamos para este momento. E os outros? A verdade é que enquanto nós trabalhávamos 12 horas por dia em direção à modernidade, os outros empresários da cidade formavam comissões para falar com deputados, secretários e ministros pedindo proteção ao setor.... Hoje estão todos quebrados. Não entenderam o tempo em que estamos vivendo."

Em quase todos os outros casos, a expressão é usada de forma mais vaga. Em geral aponta o erro da passividade e acomodação e aconselha uma atitude ativa e combativa para singrar na vida. Agora, não há aqui qualquer razão para sarcasmo. O tom sarcástico detetado pelo Centaurus na entrevista leva-me a crer que a expressão tenha sido empregue aí com outro sentido, possivelmente no tal sentido de uns se aproveitarem das desgraças dos outros. Não me parece que a expressão assente aí tão bem como para exprimira a oposição passividade/combatividade, mas cada um é livre de a utilizar como quiser.

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  • O fato de que os portugueses conservam o "t" antes de "c" é de meu conhecimento há muito tempo. Interessante é saber que vocês o omitem justamente em uma das poucas palavras em que ele é mantido em ptBR: "detectado".
    – Centaurus
    Commented Nov 16, 2015 at 0:21
  • @Centarus Não desde que o AO90 entrou em vigor. De qualquer forma, no Brasil parece haver maior tendência para pronunciar (e portanto escrever) essas consoantes: ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/… : cacto, caracteres, concepção, recepção, peremptório -- em todas estas não se pronuncia (e portanto não se escreve desde que o acordo entrou em vigor) o c ou o p.
    – Artefacto
    Commented Nov 16, 2015 at 12:06
  • @Centaurus, O que aconteceu foi que o Brasil suprimiu em 1943 todos os c e p mudos, enquanto Portugal manteve os c e p mudos que eram precedidos de vogal aberta, como em detectar que em Portugal é pronunciado /dətɛˈtar/ (ɛ é som é). Era por isso que nós tínhamos tantas palavras com ct, cç, pt, pç. Na maioria delas o c e o p eram mudos, e com o AO90 deixaram de se excrever, de modo que agora temos menos dessas palavras que vocês no Brasil.
    – Jacinto
    Commented Nov 17, 2015 at 1:09
  • Não, o acordo é só ortográfico. Eu vou escrever "detetar" mas provavelmente vou continuar dizendo "detectar". Afinal, passei a vida inteira pronunciando esses "c's" e "p's" e agora querem que eu mude? (risos)
    – Centaurus
    Commented Nov 17, 2015 at 17:02
  • Não é nada disso. Detectar/detetar é uma das palavras com dupla grafia prevista no AO90. A ideia é cada um escrever como pronuncia: os brasileiros escreverão detectar, os portugueses, detetar. O meu comentário anterior era só para explicar a razão de antes do AO90 se escrever também detectar em Portugal apesar de o c não ser aqui pronunciado.
    – Jacinto
    Commented Nov 17, 2015 at 18:03
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Nunca ouvi, mas diria que significa que existem pessoas que tiram proveito (por exemplo, financeiro) das desgraças dos outros. É de resto este o significado descrito nesta página:

Enquanto uns choram, outros vendem lenços. É a filosofia da vida, enquanto você estiver mal, sempre terá alguem se beneficiando com isso.

Noutros resultados que encontrei, todavia, não parece que o lucro daqueles que "vendem lenços" seja graças aos "que choram". O significado parece ser simplesmente "uns estão bem, outros estão mal". Parecem ir mais nesta linha os resultados relacionados com um livro intitulado "Enquanto uns Choram... Outros vendem lenços" e outros relacionados com a crise económica (incluindo este artigo).

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