As duas formas estão corretas. Um exemplo muito semelhante já foi discutido no Ciberdúvidas: '«Pensei que fosse/era»: o modo das completivas selecionadas por verbos epistémicos':
Enquanto verbos de orações completivas verbais de complemento/objeto direto — «que fosse», «que era», «que o filme era mais comprido», «que o filme fosse mais comprido» —, selecionadas por um verbo epistémico («Pensei»), a norma seleciona «o modo indicativo» (...) mas, por outro lado, também «é possível a ocorrência do modo conjuntivo mesmo quando a frase superior não é negativa (...) o que se pode observar através dos seguintes exemplos:
«Os estudantes pensavam que podiam repetir a prova.»
«Penso que ele ainda está na faculdade a esta hora.»
«Penso que ele ainda esteja na faculdade a esta hora.»
Portanto, uma vez que nos encontramos perante um caso «em que existe
opção entre indicativo e conjuntivo, a seleção do modo conjuntivo
exprime maior distância do locutor relativamente à verdade do conteúdo
proposicional da frase completiva».
Ou seja, dito de outra forma: sempre que estamos presente uma oração subordinada substantiva completiva de complemento/objeto direto, isto é, orações do tipo:
- O João sabe que estamos à espera dele. (O João sabe isso/[-o]).
- Pensei que ainda fossemos/íamos ao parque. [Pensei isso/[-o]].
- Achava que o João fosse/era estudante. [Achava isso/[-o]].
(caracterizadas pelo facto de a oração subordinante servir a função de objeto direto a um verbo transitivo e poder facilmente ser substituída por um pronome, como demonstrado nos exemplos acima), e em que, na oração subordinante é utilizado um verbo epistémico (saber, pensar, achar, acreditar,...), tanto o uso do do modo indicativo (no seu exemplo, 'era') como do conjuntivo ('fosse') estão gramaticalmente corretos.
A diferença, como destacado no link que referenciei, está no facto de o modo conjuntivo (como em 'fosse') exprimir maior distância do locutor em relação àquilo que é dito (pelo que pode ser considerado mais adequado, por exemplo, em contexto formal). Já o modo indicativo é muito mais usado em contexto de fala espontânea/casual.
Por isso, acho que a resposta à sua pergunta é mesmo a seguinte: ambas as formas são corretas, e o uso de uma ou outra dependerá sempre do contexto/registo de utilização. Num contexto mais formal, o modo conjuntivo será, por norma, o mais indicado.
Nota: A exceção é quando, apesar de ser utilizado um verbo epistémico (saber, pensar, achar,...), está presente na frase uma negação na oração subordinante, como referido no mesmo link:
(...) A única situação, com os verbos epistémicos, «que pode determinar ocorrência obrigatória de conjuntivo na completiva» é quando há «a presença de negação frásica na frase superior» [oração subordinante], como se pode observar nos seguintes
exemplos:
«Não penso que ele chegue a tempo do jantar.»
«Não penso que ele *chega a tempo do jantar.» (*agramatical)