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Minha maior dúvida é o pronome "me" e sua função sintática. Mas para a resposta ficar completa podem sugerir a análise da frase completa.

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O pronome me é o sujeito da oração completiva. Sem o pronome teríamos algo como:

A professora fez o João permanecer na sala.

O facto de encontrarmos o sujeito em acusativo leva a que esta construção seja chamada de marcação de caso excepcional. Se trocarmos o sujeito para a terceira pessoa podemos ver melhor que estamos perante o caso acusativo, e não dativo:

A professora fê-lo permanecer na sala.

Na verdade, também podemos encontrar o sujeito em dativo, com verbos transitivos na completiva:

A professora fez-lhe destruir o trabalho.

Mas esta construção é distinta da marcação de caso excepcional (é chamada de fazer-infinitivo). A frase que dás também encaixa nesta construção; neste caso a versão expandida seria:

A professora fez permanecer o João na sala.

(O sujeito de permanecer ocorre agora após o verbo). Para o exemplo que dei antes seria:

A professora fez destruir o trabalho ao João.

Neste caso, há quem defenda que não existem de facto duas orações, razão por que esta construção é chamada por vezes de união de orações. É uma construção mais limitada do que a marcação de caso excepcional; por exemplo não podes interpor não:

A professora fez o João não permanecer na sala.
*A professora fez não permanecer o João na sala.

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  • Ótima explicação @Artefacto. Muito obrigado.
    – zewill
    Nov 8, 2021 at 23:17

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