Há uma diferença que não determina se há um de ou não, mas que poderá influenciar. O de em máquina de Turing e algoritmo de Grover indica origem: a máquina de Turing foi inventada por Alan Turing, e o algoritmo de Grover foi criado por Lov Grover. Do mesmo modo, o de indica origem em equilíbrio de Nash (conceptualizado por John Nash), teorema ou regra de Bayes (Thomas Bayes), ótimo de Pareto (Vilfredo Pareto) ou lei de Say (Jean-Baptiste Say).
Agora, os nome algoritmo de Monte Carlo e algoritmo de Las Vegas seriam perfeitamente possíveis, mas o de seria um mero elemento de ligação sem qualquer significado, como em cidade de Lisboa ou pobre do rapaz. É possível que isto facilite a supressão do de.
Pode facilitar, mas não determina. Nós temos algoritmo Monte Carlo, mas método e estudo de Monte Carlo. Mas a relação do método e do algoritmo com Monte Carlo é essencialmente a mesma. O método (no original em inglês, Monte Carlo method) foi desenvolvido por John von Neuman e Stanislaw Ulam em Los Alamos, Estados Unidos. A Wikipedia em inglês diz que o nome foi sugerido devido a um tio de Ulam jogar habitualmente no casino de Monte Carlo, e atribui a origem do nome do algoritmo à mesma sugestão. Eu já conhecia o método, e sempre pensei que o nome se devesse ao facto de o método assentar em processos aleatórios, e é isso que diz a Wikipédia em português e em francês. A Wikipédia em francês diz ser esta também a razão do nome do algoritmo, que envolve também processos aleatórios. Outros dois algoritmos relacionados, o algoritmo Las Vegas e o algoritmo (de?) Atlantic City (Wikipedia em inglês) foram também buscar os nomes a cidades conhecidas pelos seus casinos.
Portanto termos o de no nome do método mas não no do algoritmo deve-se ao desenvolvimento independente de tradições particulares e não é determinado por regra geral da língua portuguesa. A língua permite as duas opções.
Mesmo quando tem significado, o de é por vezes suprimido. O motor diesel foi inventado por Rudolf Diesel. Atualmente diesel, com inicial minúscula, refere-se ao combustível, o que torna o nome motor diesel uma anomalia; deveria ser motor a diesel, que também se usa, mas parece ser menos comum. A anomalia explica-se, a meu ver, por motor diesel ser o descendente de motor Diesel, com maiúscula, que nós encontramos na imprensa brasileira a partir de 1903 (exemplos de 1903, 1906 e 1907), onde Diesel é o nome do inventor, sem o de, embora o de fizesse sentido.
Outro exemplo da minha área é a função de Cobb-Douglas, cuja a aplicação à Economia se deve a Charles Cobb e Paul Douglas. É comum dizermos função de Cobb-Douglas, mas é igualmente comum dizermos, e encontra-se em livros, simplesmente função Cobb-Douglas. E enquanto eu posso dizer função de Cobb-Douglas, digo normalmente função de produção Cobb-Douglas e não de Cobb-Douglas; talvez por aversão à repetição da preposição. Mas nunca omito nenhum de em função de produção de Leontief (mas já vi quem o fizesse); chamem-me incoerente.
Conclusão. Haverá maior tendência a manter o de quando este tem significado e não é só elemento de ligação. Mas haver um de ou não acaba por ser determinado pela evolução de cada nome em resultado das preferências dos falantes, preferências que parecem variar de caso para caso.