Há uma certa tendência para palavras paroxítonas com o tónico fechado (ô) no singular o terem aberto (ó) no plural. Exemplos com um acento gráfico inexistente na nossa ortografia só para indicar o timbre:
ôlho, ólhos
miôlo, miólos
ôvo, óvos
ôsso, óssos
pôço, póços
trôco, trócos
pôrco, pórcos
nôvo, nóvos
jôgo, jógos
E podia continuar aqui a acrescentar exemplos pela noite fora. Isto não é regra universal. Há muitos casos em que o o é fechado no singular e no plural: lôbos, bôlos, môços, etc. Mas a alternância entre ô e ó é bastante frequente. Onde há um padrão eu espero uma explicação. Mas qual será?
Há uma alternância parecida entre masculino e feminino: ôvo, óva; pôço, póça; pôrto, pórta; nôvo, nóva, etc. Aqui, li algures que é influência da vogal final: dá mais jeito à boca pronunciar ó se a seguir tiver de pronunciar um a; e mais jeito um ô se a seguir vem o som [u] (que é como pronunciamos aqueles oo finais).
Mas esta explicação não serve no caso da alternância entre o singular e plural, porque a vogal final é [u] em ambos os casos. Então, qual é a explicação para a esta alternância?