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Para colocar um verbo na forma negaiva, colocamos não antes do verbo.

Exemplo:
Eu não preciso ser reconhecido.

Mas algumas vezes colocamos não depois do verbo.

Exemplo:
Eu preciso de ajuda não.

Estes dois casos são diferentes ou a mesma coisa?

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  • A diferença e que o primeiro exemplo consiste em duas orações; aí a posposição da negação verbal é impossível, mesmo nas variantes onde é comum. O segundo exemplo é uma oração só, então, nas variantes onde a posposição é aceitável (Nordeste, Minas Gerais, Goiás), ela é natural (no registro coloquial; no padrão nunca). Mar 3, 2018 at 16:05

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Na língua escrita usa-se muito raramente, a não ser que estejas reproduzindo o falar de alguém.

Já, coloquialmente, é usado em duas situações:

Enfatizar uma negativa prévia:

  • Não, não quero, não.
  • Não estou perguntando nada, não.
  • Não sei não.

E após o verbo para fazer a forma negativa. Note que nesses casos, ao contrário do exemplo "Eu preciso de ajuda não", são geralmente respostas curtas e o pronome pessoal é omitido:

  • 1- "Você pediu ajuda a ele?" - "Pedi não. Exigi!
  • 2- "Tu sabes onde ele está?" - "Sei não. (regionalismo)
  • 3- "Você viu meu filho?" - "Vi não" (regionalismo)

Em algumas regiões do Brasil, os exemplos 2 e 3 são extremamente comuns (principalmente na Bahia e outros estados do Nordeste, áreas rurais de Minas Gerais, etc)

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  • Então o meu exemplo é tipo de Enfatizar?
    – Majid
    Feb 14, 2018 at 0:48
  • @Majid Não, no teu exemplo não é para enfatizar. É só uma forma muito incomum de se falar. Na língua falada, recomendo que tu uses: "eu não preciso de ajuda", ou "não preciso de ajuda".
    – Centaurus
    Feb 14, 2018 at 12:20
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O significado é o mesmo, mas o segundo exemplo é mais comum na língua oral ou mídias sociais.

É também comum começar com um outro "não": "não preciso de ajuda, não".

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Antes de mais, grafa-se e diz-se "eu não preciso de ser reconhecido". Ditam as boas regras da sintaxe em Português, que a partícula negativa não, surge por norma entre o sujeito e o verbo.

Eu não fiz o trabalho.

Como em qualquer língua indoeuropeia, com sintaxe similar, em primeiro lugar temos o sujeito, depois o verbo, ou seja, a ação, e depois então temos o complemento/objeto direto. A negação, de acordo com as boas regras da sintaxe, surge por norma, depois do sujeito e antes do verbo.

De salientar que o Português, ao contrário por exemplo do Alemão, não tem duas partículas negativas diferentes para a negação de verbos (ich habe nicht gemacht / eu não fiz), ou substantivos (ich habe kein Auto / eu não tenho carro). Em qualquer caso, mesmo nestas línguas germânicas onde existem duas palavras, quer para a negação das ações a que o verbo faz referência, quer para a referência à inexistência de substantivos, essa partícula negativa surge também, sempre antes da ação ou objeto que é negado.

Pode-se todavia, sem violar as boas regras da sintaxe, alterar a posição da partícula negativa, mas para tal, tal como refere o anterior comentador, a vírgula é obrigatória. Esta versão surge mais num contexto oral e como resposta a uma pergunta, e em duplicado, apenas para enfatizar a negação.

Se fiz o trabalho? Não fiz, não!

Já a frase que apresenta

Eu preciso de ajuda não.

É sintaticamente inaceitável, quer no registo oral, quer escrito. Algo como

Não preciso de ajuda, não.

já seria aceitável do ponto de vista sintático, pois estamos, teoricamente, perante duas orações: a primeira oração que obedece às normais e corretas posições das palavras em função das suas respetivas funções sintáticas, considerando em acréscimo que em Português, o pronome pessoal enquanto sujeito pode ser prescindível; e a segunda oração, separada da primeira pela presença da vírgula, apenas com a partícula negativa.

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