Brasília:
Eu: passo / como / parto
Tu: passa / come / parte (usado apenas no registro popular)
Você / o senhor / a senhora: passa / come / parte
Ele / ela: passa / come / parte
Nós: passamos / comemos / partimos (registros culto e coloquial) /
passa / come / parte (registro popular)
A gente: passa / come / parte
Vós: não utilizado
Vocês / os senhores / as senhoras: passam / comem / partem
Eles / elas: passam / comem / partem
No registro popular, o /s/ final da primeira pessoa do plural pode ser elidido ("nós passamo"), assim como o /m/ final da terceira pessoa do plural ("eles come"). E o pronome "você" é frenquentemente "encurtado" para "cê".
Porto Alegre:
Eu: passo / como / parto
Tu: passas / comes / partes (registros culto e coloquial) / passa /
come / parte (registros coloquial e popular)
Você / o senhor / a senhora: passa / come / parte
Ele / ela: passa / come / parte
Nós: passamos / comemos / partimos (registros culto e coloquial) /
passa / come / parte (registro popular)
A gente: passa / come / parte
Vós: não utilizado
Vocês / os senhores / as senhoras: passam / comem / partem
Eles / elas: passam / comem / partem
No registro popular, o /s/ final da primeira pessoa do plural é elidido com frequência ("nós passamo"), e muitas vezes os verbos da primeira conjugação rimam com os da segunda ("nós passemo"). Também o /m/ final da terceira pessoa do plural ("eles come") é às vezes elidido.
O uso de "tu" é muito mais frequente em Porto Alegre do que em Brasília; com "você" (e sua variante internética, "vc"), acontece o contrário. Tenho a impressão de que "a gente" é mais comum em Brasília, mas não juro.
O /s/ final, quando pronunciado (o que é menos frequente em Porto Alegre), é sempre /s/ mesmo, sem chiado, em ambas as localidades.
Em Brasília, creio que por influência de Minas Gerais e/ou Goiás, tende-se a evitar a pronominalização dos (ou de alguns) verbos:
Ela veste com muita elegância.
Em Porto Alegre, ao contrário, a pronominalização é muito frequente, até "excessiva", frequentemente soando como uma passivização sem concordância:
Aqui se faz chaves por encomenda.
Primeiro se passa na casa do Carlinhos e se pega a encomenda, depois se vai à festa.