Custa-me a acreditar que alguém escreveu uma tese sobre a palavra uai, mas ela existe.
Dentre as hipóteses discutidas, descartamos algumas e outras ficam em
aberto. Dentre estas últimas, a hipótese do empréstimo britânico
parece plausível. Entretanto, quando comparadas à de Amaral, discutida
no capítulo III, aquela parece ter consequências gramaticais mais
interessantes. Por isso, optamos por inseri-la em nossa origem. Mesmo
assim, a questão sobre a origem de ‘uai’ continua em aberto. Novas
pesquisas poderão mostrar se nossa opção foi a mais adequada.
...
Amaral ([1920] 1976:190), no famoso livro ‘O Dialeto Caipira’,
registrou a ocorrência desse item no falar de roceiros paulistas no
noroeste do Estado de São Paulo e afirma haver existido no falar dessa
comunidade as formas ‘olhai’, ‘oiai’, ‘uiai’, ‘uai’, ‘uéi~ué’ e
‘uêi~uê’, todas desempenhando a mesma função comunicativa (assinalar
‘surpresa’ ou ‘espanto’), ou seja, seriam formas variantes. Essa
descoberta levou o autor a propor que o item ‘uai’ é um brasileirismo
e teria surgido no dialeto paulista a partir de sucessivas mudanças
fônicas do vocábulo ‘olhai’. Amaral ([1920]1976:190) assim registra
tal processo:
"Uai: estudo de uma interjeição do português brasileiro", Hadinei Ribeiro Batista (2013).
Para responder sua pergunta, ela não tem resposta.
A conclusão do investigador é de que a origem da palavra UAI provavelmente está ligada ao "why" ou a uma mutação do verbos olhar (‘olhai’, ‘oiai’, ‘uiai’, ‘uai’) mas ele não conseguiu provar nenhuma das hipóteses de forma clara.
Baseado nisso, acho que dizer que UAI vem disso ou daquilo seria achismo.