Ao que parece existe também a variante «dias de muito, vésperas de pouco». Eu compreendo o ditado mais pelo contexto em que o ouvi do que pela análise do texto. É um crítica a quem gasta em excesso num dia, ficando sem nada para o dia seguintes. Só que para mim este moral seria melhor expresso por vésperas de muito, dias de nada, em que o nada do dia é apresentado como consequência dos excessos da véspera.
Aqui no dicionárioinformal alguém que aparentemente partilha dos meus sentimentos deu engenhosamente a volta à coisa:
É quando uma pessoa recebe salário, ou algum dinheiro e gasta todo com os amigos e familiares e não lembra do dia seguinte, tudo porque ontem tava durinho.
Ou seja, os excesso do dia resultam em dificuldades futuras, mas são eles mesmos resultado da escassez anterior. Não sei não, é engenho a mais para o meu gosto.
Uma coisa que me veio à cabeça é se dia poderá designar o período da manhã, e a véspera o da tarde. Que véspera também tem este significado, tem (daí os jornais vespertinos), e a sequência fica na ordem que eu prefiro. Mas não sei se dia alguma vez foi entendido só como o período da manhã.
Portanto o que quero saber é se dia, especialmente no contexto dia e véspera, pode ser, ou já foi, entendido como o período da manhã. Se não (ou mesmo se sim), qual é a interpretação literal do ditado?