A Moderna Gramática Portuguesa de Evanildo Bchara apresenta uma boa discussão com exemplos do acento de insistência. Este consiste em pronunciar uma sílaba com intensidade, altura e/ou duração superior ao normal. Pode recair na sílaba tónica ou noutra, mais comummente na primeira. É um fenómeno muito comum na linguagem oral. Pode exprimir uma emoção:
Ele é um bandido.
Está completamente destruído!
Fantástico, Melga! Fantástico Mike!
Pode também ser um acento de insistência intelectual, visando chamar a atenção para alguma coisa, especialmente em palavras derivadas por prefixação:
Falamos de verbos intransitivos.
Quando a indicar este acento na linguagem escrita, o autor é soberano. Bechara diz que alguns escritores fazem-no com a repetição da vogal da sílaba sobre qual recai o acento. Neste outro livro encontramos exemplos com indicação da fonte, não só da repetição da vogal, como também da consoante:
[R]rrolar (Guimarães Rosa, Saragana, 1946.)
Se pudéssemos, nós que temos experiência da vida, abrir os olhos dessas mariposinhas tontas... Mas é inútil. Encasqueta-se-lhes na cabeça que o amor, o amoor, o amooor é tudo na vida, e adeus. (Monteiro Lobato, Cidades Mortas, 1919.)
Evanildo Bechara, na sua gramática, indica o acento de insistência intelectual com negrito itálico. Portanto cada autor adopta o artifício que mais lhe agrada e que melhor se adequa ao caso concreto. Eu consigo ouvir o R a rolar na palavra rrrolar; já em fantástico, conseguimos prolongar o A mas não o T.
Olhaaa
é a primeira, não a segunda; mas a segunda é que está prolongada. Foi acidental? 2.Existem também situações onde a primeira sílaba é destacada.
- o exemplo dado não é um de destaque da primeira sílaba, é um de destaque da sílaba controversa; ser a primeira é só coincidência.