Primeiro gostaria de esclarecer porque tal pergunta pode ser relevante. Medidas de complexidade permitem, se não uma precisa predição, ao menos a elaboração de estimativas associadas a um fenômeno de interesse. Para dar um exemplo, se nosso interesse fosse saber de antemão o tempo de apredizado necessário para se atingir a fluência de uma língua, conhecer o quão complexa esta língua é pode aumentar nossas chances de estimativas mais precisas.
O caso das linguagens de programação servem, inclusive, de exemplo concreto. Muitos concordarão que C é mais simples (com menos elementos) e portanto mais trabalhoso do que Python para tarefas mais rotineiras do programador, como a elaboração de protótipos. Outros concordarão, intuitivamente, que linguagens de programação são mais simples (com menos elementos) do que as diversas línguas primeiras (e aqui admito ser no mínimo improvável que alguém tenha uma linguagem de programação como língua primeira).
Não estou seguro a respeito de quais os especialistas mais habilitados para responder essa pergunta. Seriam os linguistas, gramáticos, etimólogos (e assim por diante)?
Talvez essa pergunta possa parecer muito ampla à primeira vista e impossível de se responder sem uma comparação com outras línguas, pois perguntar se algo seria "muito", "mais", "menos", parece implicar isso. Mas me parece possível evitá-la, ao menos incialmente. Permita-me explicar.
Talvez seja mesmo possível de tatear essa pergunta sem comparar com outras línguas e assim evitar um trabalho desproporcional para a presente ocasião. Comecemos, pois, por elencar indicadores de complexidade. Por exemplo, número de inflexões, verbos irregulares, frequência de exceções de regras gerais (perdão por não utilizar os termos técnicos, não sou um especialista). Isso já seria um ponto de partida para uma eventual comparação.
Aproveito a ocasião para perguntar se existem trabalhos especializados sobre o assunto, especificamente sobre o português.