Trocar o futuro do pretérito pelo imperfeito, o futuro simples pelo presente (ou por ir + infinitivo), são muito comuns -- aliás, a regra -- no registo oral. Podemos ir mais longe e substituir ainda o subjuntivo pelo indicativo. Por exemplo, a frase:
Se ele tivesse apanhado a bola, teria marcado golo.
pode ser reformulado em linguagem popular por:
Se ele tem apanhado a bola, marcava golo.
Em geral, a linguagem popular prefere a certeza do indicativo (em lugar do subjuntivo) e do presente/imperfeito em detrimento do futuro/futuro do pretérito.
Em registos mais formais, no entanto, estas substituições são incomuns. Por exemplo, o futuro simples raramente é usado na linguagem oral (onde quando muito é usado para expressar dúvida como em "será que", sendo substitído pelo presente, ir + infinitivo ou haver de + infinitivo), mas é a forma mais comum na linguagem escrita (apesar de ir + infinitivo ter ganhado algum terreno ultimamente e ser usado uma vez por cada três do futuro simples). Estoutro artigo, que analisa textos escritos ao longo de vários séculos, calcula a distribuição de presente/ir + infinitivo/haver de + infinitivo/futuro simples para indicar um evento futuro em 7% / 15% / 2% / 76%, no século XX no Brasil.
Não tenhos dados para a distribuição de imperfeito/futuro do pretérito, mas a minha sensibilidade é que o futuro do pretérito é muito mais comum na linguagem escrita (quando são substituíveis).
Em suma, não se trata tanto de uma questão de correção, mas de escolher as formas mais apropriadas para o registo em causa. A forma mais apropriada para a linguagem escrita é o futuro do pretérito.