Vejamos uma coisa de cada vez. O imperativo exprime um ordem, exortação ou súplica direta ao interlocutorComo observa a Nova Gramática do Português Contemporâneo de Celso Cunha e Lindley Cintra é regularmente usado em todas as pessoas exceto a primeira do singular(2014, p. As frases seguinte ilustram o uso do imperativo e são normalíssimas da silva597):
2ª pessoa do singular: Espera, que ele já vem falar contigo.
3ª pessoa do singular: Espere, que ele já vem falar com você/ o senhor.
1ª pessoa do plural: Esperemos, que ele já vem falar connosco.
2ª pessoa do plural: Esperai, que ele já vem falar convosco (pouco usado).
3ª pessoa do plural: Esperem, que ele já vem falar com vocês/os senhoresQuando empregamos o IMPERATIVO, em geral, temos o intuito de exortar o nosso interlocutor a cumprir a ação indicada pelo verbo.
Nenhum gramático questionará a validade das frases acima. Quando muito poderiam questionar se é correto chamarmos imperativo a todos estes casos—porque só as segundas pessoas são originais do imperativo; as formas das restantes pessoas vieram por empréstimo do presente do subjuntivo—mas não estou a par de tais posições. E não há dúvida que o verbo esperar exprime em todos os casos acima uma exortação direta: que o interlocutor espere.
Aainda segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo de Celso Cunha e Lindley Cintra (2014, pp. 596) não tem pruridos a chamar, o imperativo existe em todas as pessoas exceto a tudo isto1ª do singular:
OEis exemplos para todas as pessoas admissíveis. Em todos os casos o verbo esperar exprime uma exortação direta—que o interlocutor espere:
2ª pessoa do singular: Espera, que ele já vem falar contigo.
3ª pessoa do singular: Espere, que ele já vem falar com você/ o senhor.
1ª pessoa do plural: Esperemos, que ele já vem falar connosco.
2ª pessoa do plural: Esperai, que ele já vem falar convosco (pouco usado).
3ª pessoa do plural: Esperem, que ele já vem falar com vocês/os senhores.
Na primeira pessoa, o imperativo não existe na primeira pessoa. Uma pessoa pode fazer exortações diretas a si mesma, mas nesse caso usa a 2ª ou 3ª pessoa do singular—a que preferir usar como tratamento de intimidade—ou ainda a 1ª pessoa do plural:
A confusão entre o imperativo e o presente do subjuntivo/conjuntivo decorre de na primeira e terceiras pessoas as formas do verbo serem iguais enos dois modos—originalmente o imperativo existia apenas na 2ª pessoa; as formas restantes vieram por empréstimo do presente do subjuntivo—e de o conjuntivo também ser usado para exprimir desejos e ordens. Mas diferentemente do imperativo, o conjuntivo não exprime uma ordem direta ao interlocutor. Quando digo “fiquem eles de guarda” não estou a dirigir-me a “eles” nem estou a ordenar ao meu interlocutor que fique de guarda. Vejamos o que diz a Nova Gramática (p. 584):
O exemploOs exemplos “fiquem eles de guarda…” cai neste caso d): é do mesmo tipo que “que levem tudo no caixão”. Já o verso de Camões,guarda” e “viva eu cá na terra” são formalmente, é do tipo do Olavo Bilac acima—sejaacima—“seja a minha agonia…—ouagonia”—ou seja é do tipo conjuntivo + sujeito, dispensando o conjuntivoque + sujeito; mas no caso exprime mais uma aceitação do que um desejo, diria eufrequentemente antecede o conjuntivo.